É a segunda referência que perco nos últimos dias. Depois do crítico de cinema Roger Ebert, foi vez de dizer adeus a uma gigante, Margareth Thatcher. Parece que Deus resolveu chamar os bons para contrabalançar a ida do beiçola de Caracas. Se for assim, vai ter que ir muita gente boa para equilibrar o jogo, ainda mais que o morto vivo de Havana não vai durar muito por aqui.
Thatcher teve como uma de suas grandes virtudes políticas explicar claramente o que pensava e convencer os eleitores que era a melhor escolha, ou seja, era uma política no verdadeiro sentido aristotélico. Ela nunca enganou ninguém, nunca foi um fenômeno de marketing como parece ser a regra na política de hoje. Ele identificou o socialismo como o grande inimigo da sociedade, fez campanha pelo liberalismo e foi eleita, com ampla margem, para salvar seu país com esta plataforma. Ninguém se surpreendeu com suas decisões pois votaram para que ela as tomasse. Ela é um dos últimos exemplos de um político que disse exatamente o que iria fazer.
Ela evidencia o nosso atraso institucional _ ou o caminho que adotamos, pois atraso pode indicar que um dia chegaremos lá, o que hoje duvido _ de várias formas. Ela foi a primeira mulher a liderar um país democrático. O detalhe é que conseguiu por si mesma, vencendo o jogo político, e não como boneco de ventrículo de um ex-presidente em exercício. Enquanto os ingleses tiveram uma mulher forte, com personalidade, nós temos uma falsa imagem, que só engana os sofistas modernos com um avatar de gerentona mas claramente manobrada por um homem, dos mais machistas por sinal.
Outro exemplo que ela nos deixa é seu completo afastamento da política depois de seu governo, como costuma acontecer nos melhores países. Comparem com nossos ex-presidentes! O último ainda manda no país, um deles manda no Congresso e outro já ameaça até ser candidato, mesmo depois de expulso uma vez. Todos juntos em uma aliança vergonhosa por sinal.
Deixemos o Brasil. Margareth Thatcher literalmente endireitou seu país e o tirou do buraco econômico que se encontrava. A Inglaterra voltou a flertar com o socialismo fabiano e novamente está com problemas, como toda a Europa, o que mostra que as boas lições nem sempre são seguidas por muito tempo. Para piorar, seu primeiro ministro resolveu intervir na Líbia e substituir ex-terroristas por terroristas praticantes, mas deixa para lá.
Que descanse em paz.
There is no such thing as society: there are individual men and women, and there are families.
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